Os
índios Tupinambás foram os primeiros habitantes
da região de Ubatuba. Eram excelentes canoeiros
e viviam em paz com os índios do planalto,
até a chegada dos portugueses e franceses,
que tentaram escravizar os índios, com o
intuito de colonização.
Os Tupinambás
e Tupiniquins organizaram-se, formando a
“Confederação dos Tamoios” e passaram a
enfrentar os portugueses (Tamoio é uma palavra
da língua falada pelos Tupinambás, que significa
“o mais antigo, o dono da terra”, portanto
a Confederação era a união dos índios, verdadeiros
donos da terra).
A história
de Ubatuba começa em 1563, quando o Padre
Anchieta promove junto aos índios liderados
por Cunhambebe, a chamada Paz de Iperoig,
que impediu os silvícolas de destruir as
Vilas de São Paulo e São Vicente.
Com a paz
firmada, o Governador Geral do Rio de Janeiro,
Salvador Corrêa de Sá e Benevides, tomou
providências para colonizar a região, enviando
os primeiros moradores para garantir a posse
da terra para a Coroa Portuguesa.
O povoado
conseguiu sua emancipação político-administrativa
e foi elevado à categoria de Vila em 28
de Outubro de 1637, com o nome de Vila Nova
da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de
Ubatuba, tendo como fundador Jordão Albernaz
Homem da Costa.
Os povoadores
se instalaram ao longo da costa, utilizando
o mar como meio de transporte. A pobreza
enfrentada pelos primeiros povoadores da
região permanece até o final do séc. XVIII
quando a plantação de cana-de-açúcar permite
pela primeira vez que Ubatuba tenha uma
economia significativa. Todavia, com o surgimento
da economia do ouro, a região do Litoral
Norte se transforma em produtora de aguardente
e açúcar para o abastecimento das áreas
de Minas Gerais, que experimentava um novo
surto do progresso. A Vila de Ubatuba deixa
de ter apenas a agricultura de subsistência.
Em 1787, o
presidente da Província de São Paulo, Bernardo
José de Lorena, decretou que todas as embarcações
do litoral seriam obrigadas a se dirigir
ao porto de Santos, onde os preços obtidos
pelas mercadorias eram mais baixos. A partir
dessa pressão do governo, Ubatuba entra
em franca decadência e muitos produtores
abandonaram os canaviais. Os que ficaram
passaram a cultivar apenas o necessário
para a subsistência.
A situação
só melhorou a partir de 1808 com a abertura
dos portos. A medida beneficiou diretamente
a então Vila de Ubatuba. O comércio ganha
impulso inicialmente com o cultivo do café
no próprio município, enviado para o Rio
de Janeiro. Todavia, o café se expande para
todo o Vale do Paraíba e Ubatuba passa a
ser o grande porto exportador, privilegiada
mais ainda pela estrada Ubatuba-Taubaté.
Ubatuba nessa
época ocupava o primeiro lugar na renda
municipal do Estado. Novas ruas são abertas,
o urbanismo, no sentido moderno, alcança
o município. São criados o cemitério, novas
igrejas, um teatro, chafariz com água encanada,
mercado municipal, e novas construções para
abrigar a elite local, dentre as quais o
sobrado de Manoel Baltazar da Costa Fortes,
hoje sede da Fundart. É nesse apogeu que
Ubatuba é elevada a categoria de cidade
em 1855 e em 1872 foi elevada a comarca,
juntamente com São José dos Campos. Nesse
ano tinha 7.565 habitantes.
As grandes
construções datam desse período, o prédio
da atual Câmara Municipal e a Igreja Matriz.
Pouco mais tarde, a partir de 1854, iniciou-se
a construção da Santa Casa da Irmandade
do Senhor dos Passos de Ubatuba.
A construção
da ferrovia Santos-Jundiaí, aliada à economia
cafeeira que, se por um lado permitiu que
a Vila alcançasse o status de cidade, por
outro, levou o município a seu declínio,
quando o café deslocou-se para o Oeste Paulista,
provocando a decadência econômica do Vale
do Paraíba e conseqüentemente, de Ubatuba,
porto de exportação.
De 1870 a
1932 Ubatuba ficou isolada e decadente,
as terras desvalorizaram-se, as grandes
residências transformaram-se em ruínas.
Em 1940 Ubatuba se resumia a 3.227 habitantes.
Depois de
um longo período, após a Revolução Constitucionalista
de 1932, com o objetivo de integrar a região,
cujo isolamento ficou patente no conflito,
o Governo Estadual promoveu melhorias na
Rodovia Osvaldo Cruz (Ubatuba-Taubaté),
passando a cidade a contar com uma ligação
permanente com o Vale do Paraíba. Com a
re-abertura da estrada, inicia-se um novo
desenvolvimento econômico: o turismo.
No início
da década de cinqüenta, com a abertura
da SP55, Ubatuba-Caraguatatuba, itensifica-se
o turismo e a especulação imobiliária. Em
1967 Ubatuba é elevada a categoria de Estância
Balneária e culmina com a abertura da Rio-Santos
em 1975, quando o turismo se torna a maior
fonte de renda do município.
Atualmente
a cidade está em franca expansão comercial,
tornando-se cada vez mais um município com
características modernas e perdendo aquele
"ar" colonial. |